quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Mensagem de Ano Novo da Rainha Margrethe da Dinamarca


Mensagem de Ano Novo da Rainha Margrethe da Dinamarca


 
 
 
MENSAGEM DE ANO NOVO DA RAINHA MARGRETHE II DA DINAMARCA

Esta noite é véspera de Ano Novo. Atrás de nós, está todo um ano de alegrias e tristezas. Para a maioria das pessoas, são os momentos felizes que são lembrados com mais clareza. Para outras, os momentos de tristeza parecem maiores, quando se olha para trás.
Mas, à nossa frente, está todo um novo ano, que nós já preenchemos com expectativas e desejos. “O que você deseja, você terá”, são as palavras de uma velha canção de Natal, que muitos de nós já cantamos. Mas sabemos, muito bem, que não é assim tão fácil. Nós esperamos por tanta coisa. Talvez nós devêssemos, na verdade, esperar algo uns dos outros.
Se não tivermos nenhuma expectativa, qualquer que seja, com relação a outra pessoa, se dizermos, apenas: “Você não pode resolver isso”, fica claro que não chegaremos a lugar algum. Pois, mesmo que algumas pessoas pensem, consigo mesmas, “Vou provar que eles estão errados, nem que seja a última coisa que eu faça”, são, talvez, estas palavras a gota d’água. Ao dizer que não esperamos nada de alguém, nós, talvez, tenhamos arruinado o futuro dessa pessoa.
Devemos esperar algo dos demais seres humanos, assim como desejamos que as pessoas esperem algo de nós. É uma questão de confiar uns nos outros, de acreditar em oportunidades para cada um.
Portanto, devemos elevar as pessoas, não pô-las para baixo.
E isto já começa na escola. Todos nós nos lembramos de nosso tempo de escola, não? Ele deixou uma marca em todos nós. Muitos de nós nos lembramos de um professor que era particularmente bom em trazer à tona o melhor de cada um de nós na sala de aula. Há sempre necessidade de haver este tipo de professor, e ainda existe um grande número deles. Agora, estamos nas férias de Natal; mas crianças e professores deverão, logo, retornar às escolas. Eu desejo a todos vocês, crianças que estão me assistindo esta noite, um Ano Novo muito feliz. Após as férias, vocês retornarão à escola; então, vocês deverão mostrar o quanto puderam progredir.
Também virá o tempo em que vocês deixarão a escola. O que fazer? Será que você deve ir à busca de um diploma universitário? Será que você deve se tornar um professor? Será que você deve, talvez, aprender uma profissão? Tornar-se um bom carpinteiro, um mecânico habilidoso; use suas habilidades para fazer algo com as suas próprias mãos. Comece seu próprio negócio, ou procure por um emprego em uma empresa maior, com vários outros funcionários competentes.
Não importa o que você escolher, terá de se esforçar. O primeiro passo é o mais difícil, mas é um prazer imenso quanto dá tudo certo.
Eu espero que 2015 seja um ano em que muitos jovens desejem se esforçar – e serem bem-sucedidos –, mesmo quando for para uma tarefa difícil.
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Nós vivemos em uma sociedade afluente. Não precisamos nos preocupar em ter o suficiente para comer, muito pelo contrário. Nosso País é rico, mesmo conosco tendo enfrentado anos de crise econômica. Nós estamos mais seguros aqui, na Dinamarca, do que em muitos outros lugares ao redor do Mundo.
Naturalmente, isto é bom; mas nossa prosperidade não pode se tornar um pretexto para não fazermos nada. Não podemos nos tornar complacentes ao ponto de não requerermos o suficiente de nós mesmos e dos outros. Muito pelo contrário, devemos continuar a buscar novos conhecimentos, novas habilidades e mais discernimento. Devemos continuar a dar o nosso melhor. Esta é maneira de manter e desenvolver nossa sociedade afluente e segura.
Isto se aplica, aos jovens, da mesma maneira em que se aplica a todos nós. Devemos nos esforçar. Devemos fazer o nosso melhor em todos os aspectos de nossas vidas, e, também, quando outros precisarem de ajuda. Talvez seja um colega, que precise de atenção e bondade, de apenas um sorriso amigável, de um sorriso em um dia triste ou de uma mão, para mostrar que nos preocupamos uns com os outros. Também podemos vir a assistir enquanto alguém é assediado ou atacado. Nesses casos, é tentador dizer: “Não quero me envolver. O que eu poderia fazer? Outras pessoas terão que cuidar disto”. Mas, se ninguém fizer algo e todos se sentarem e assistir, nada irá mudar para melhor. Nós mesmos podemos vir a precisar que outro ser humano pare e nos ajude.
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Ao longo do ano que termina, vimos como a inquietação e a incerteza se espalharam por muitos lugares do Mundo, de uma maneira que gera preocupação. Isto também afetou países que não estão muito distantes de nós. Vimos o surgimento de padrões que, perturbadoramente, trazem, à nossa mente, lembranças de um período que não queremos reviver. Não surpreende que estejamos preocupados; mas não devemos nos amedrontar. Devemos nos prender aos valores que são essenciais para nós – nosso bem-estar e nossa segurança.
Uma das conseqüências da presente situação é a enorme onda de refugiados que vemos, hoje, e que estão próximos a nós, na Dinamarca.
Recentemente, centenas de refugiados vieram à Dinamarca, muitos deles da tenebrosa e prolongada Guerra Civil na Síria. Em todo lugar ao longo deste País, um grande esforço está sendo feito, para ajudar os refugiados. A tarefa pode parecer assustadora – receber tantas pessoas, muitas de países estrangeiros e de culturas diferentes.
Os municípios dinamarqueses estão enfrentando um trabalho difícil, tanto os municípios grandes, quanto os pequenos. Eles recebem muita ajuda de organizações voluntárias e dos muitos indivíduos, que se esforçam para dar assistência prática e introduzir os refugiados à sociedade dinamarquesa. Não é o suficiente apenas cuidar deles, nós também devemos ajudá-los a se sentir em casa, em sociedade, para que eles possam ganhar uma base e se virarem sozinhos.
Ajudar, apenas, não é o bastante. Devemos, também, encorajar essas pessoas recém-chegadas a construírem uma nova vida, onde elas possam se responsabilizar por si mesmas e dar o seu melhor para se sentirem bem em um País estrangeiro, por um período de tempo que pode ser longo ou curto.
Eu gostaria de agradecer a todos os que se envolveram em prestar assistência. Eu lhes desejo um feliz Ano Novo e também desejo, àqueles que aqui chegaram, um feliz Ano Novo e um bom começo aqui.
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Neste ano que termina, a Groenlândia passou por turbulências políticas e desafios econômicos. Há apenas um ano, isto não estava previsto. Todos nós esperamos que o Ano Novo prove ser um novo começo para a sociedade groenlandesa. Apesar de todas as dificuldades, o calor e o alto astral do povo da Groenlândia não mudaram. Isto estava perfeitamente óbvio, durante a visita do Príncipe Herdeiro e de sua família à Groenlândia, no verão passado. Para o Príncipe e a Princesa Herdeiros, foi um retorno feliz, e, para as crianças, foi uma experiência que eles jamais esquecerão, uma experiência que os levará de volta a Groenlândia, várias e várias vezes. Nós, como pais e avós, ficamos com os corações aquecidos, por podermos acompanhar, à distância, esta jornada. Junto ao Príncipe Consorte, eu gostaria de agradecer a todos na Groenlândia, pela recepção hospitaleira que o Príncipe Herdeiro e sua família receberam em todos os lugares.
Este ano que termina não foi ruim para as Ilhas Faroe. Há muita iniciativa e direção por parte dos faroenses. Eles conhecem as condições impostas pela natureza, e têm uma boa noção dos desafios que os encaram, da comunidade internacional.
Junto ao Príncipe Consorte, eu envio meus mais calorosos desejos e felicitações de Ano Novo a todos nas Ilhas Faroe e na Groenlândia. No próximo verão, nós dois iremos visitar as Ilhas Faroe, assim como a Groenlândia; nós estamos ansiosos e cheios de expectativas.
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Em 18 de abril deste ano, todo o País relembrou o ataque à tropa de Dybbøl, em 1864, e a derrota que deixou suas marcas na Dinamarca, de formas grandes e pequenas. Ainda neste ano, marcamos o Centenário do início da Primeira Guerra Mundial, a Guerra que deixou sua marca ensanguentada sobre a maioria dos países da Europa, mas na qual a Dinamarca não se envolveu. Contudo, o resultado daquela Guerra também foi a razão pela qual o povo da Jutlândia do Sul foi capaz de votar por sua reunificação com a Dinamarca, em 1920. Uma ferida profunda começou a ser sarada.
Ainda assim, isto não aconteceu a todos os simpatizantes pró-Dinamarca. Aqueles em Schleswig do Sul não foram inclusos. “Vocês não serão esquecidos”, disse o Rei Christian X, na nova fronteira, em Kruså, quando ele se encontrou com as pessoas que eram pró-Dinamarca, durante as celebrações da Reunificação de 1920. “Vocês não foram esquecidos”, podemos dizer, hoje, mesmo que o seu destino tenha se desenrolado de forma diferente. Vocês se mantiveram fieis à sua herança dinamarquesa, por gerações, e vocês deram, à nossa fronteira, uma feição que é única entre as fronteiras de todo o Mundo. Eu gostaria de enviar meus mais calorosos cumprimentos de Ano Novo a todos em Schleswig do Sul.
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Todos os anos, a Dinamarca envia pessoas para lugares distantes, em todo o Mundo. Isto se aplica aos nossos soldados, que, no Afeganistão e no Iraque, ajudam a treinar os próprios soldados destes Países. Isto se aplica aos nossos marinheiros, que levam material químico tóxico para longe da Síria, ou que têm patrulhando o Chifre da África. A Força Aérea Dinamarquesa também realiza atividades no espaço aéreo do Iraque. Outros são, ou já foram, enviados, ao exterior, para prover socorro assistencial de emergência dos mais diversos tipos. Aqui, eu gostaria de mencionar, em particular, os médicos e enfermeiros dinamarqueses que concordaram em ser mandados para a África, para entrarem na luta contra a terrível epidemia de Ebola. O sacrifício que eles estão preparados para fazer merece nosso maior apreço. Nesta véspera de Ano Novo, eu gostaria de agradecer a todos eles, por seu esforço altruísta, e desejar-lhes, como também aos outros dinamarqueses no exterior, aonde quer que eles estejam no Mundo, um feliz Ano Novo.
Eu gostaria de enviar meus cumprimentos de Ano Novo a todos aqueles que estão lutando contra a doença, o luto ou problemas difíceis. Isto tudo pode ser particularmente duro na noite de Ano Novo, quando os outros estão felizes e celebrando. Que o Ano Novo traga, a todos vocês, conforto e coragem renovada.
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Muitos dinamarqueses celebram o Ano Novo fora da Dinamarca. Quer eles estejam perto ou longe, quer eles tenham deixado suas casas por pouco tempo ou tenham fixado residência permanente no exterior, eu lhes desejo um feliz Ano Novo. Eles contribuem, fazendo com que a Dinamarca seja conhecida em todo o Mundo.
Para mim e para minha Família, este ano nos trouxe muitas alegrias. Penso em todas as nossas visitas, às mais diversas partes do País e na atenção que o Príncipe Consorte recebeu, por ocasião de seu 80º aniversário. Isto aqueceu o meu coração, assim como aqueceu os corações de toda a nossa Família. Agradeço-lhes de todo o coração!
Que o ano de 2015 traga muitas coisas boas consigo! Para todos e para cada um de vocês, para todas as famílias de nosso País.
DEUS ABENÇOE A DINAMARCA!
 

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